
O ministro Alexandre de Moraes, do Supremo Tribunal Federal, cometeu um deslize termos em uma decisão recente que autorizava visitas ao ex-presidente Jair Bolsonaro, atualmente em prisão domiciliar. No despacho, divulgado em 6 de agosto, foram listadas como visitantes permitidas “filhos, cunhadas, netas e netos” — mas o uso da palavra “cunhadas” foi equivocado. O termo correto seria “noras”, já que se trata das esposas dos filhos do ex-presidente, e não de eventuais cunhadas.
Essa confusão linguística não se limita a uma questão gramatical; ela pode ter consequências práticas. Ao indicar erroneamente o grupo familiar, as decisões judiciais passam a desconsiderar formalmente as noras de Bolsonaro — mães dos netos – o que pode impedi-las de visitá-lo conforme o previsto. Esse tipo de falha reforça como um detalhe terminológico, quando reproduzido em texto oficial, adquire peso jurídico.
O gabinete do ministro optou por não corrigir o erro. Conforme informado, “prevalece o que está escrito na decisão do ministro”, mantendo o despacho em vigor apesar da imprecisão. A ausência de retratação oficial foi interpretada como um sinal de que o conteúdo valerá independentemente da escolha lexical utilizada.